terça-feira, 15 de dezembro de 2009

E esta hein?

Quando chegamos a uma altura da nossa vida há a tentação de questionar, reflectir, continuar ou mudar certas coisas. Mas pensar que na vida nada nunca e perfeito pode ser um motivo de desmoralização a essa reflexão, ou não. Se tudo fosse perfeito já não o era porque essa perfeição seria um defeito da vida, logo nunca atingimos essa mesma perfeição. É confuso pensar que tudo se pode tornar escuro quando queríamos um mundo cor de rosa. Mas se ele fosse cor de rosa, não iria lá faltar algo de escuro para depois desabrochar um pouco mais de cor? É tudo sempre tão vago, tão insuficiente, mas se passa-se a ser objectivo e suficiente não se tornaria impossível viver neste mundo? Mesmo que odiemos as contrariedades da vida, são elas que nos fazem viver, aprender, crescer, ser felizes! Não é tão bom depois de uma chatice fazer as pazes? Não é tão bom estar de consciência tranquila e fortalecer relações com a sinceridade? É...e só depois de ter passado pela experiência contrária é que percebo que mesmo que não seja bom, que as coisas não fiquem bem, é sempre melhor falar, esclarecer, ser sincero! Agora a verdade é que a perfeição não existe, e se existisse era muito chato. A vida tem graça porque as coisas nem sempre corre como queremos, porque as pessoas nem sempre são o que pensamos, porque as coisas nem sempre correm bem...porque a vida é o defeito puro e duro. Mas é para transformar o defeito em qualidade, todos os dias, perante todas as contrariedade que descendemos dos macacos, ou que Deus nos criou, consoante a perspectiva de cada um. A verdade é que a felicidade se constrói sobre as desavenças da vida...e quando alguém me provar o contrário é que vou deixar de ter essa opinião. Até esse dia, vou continuar a achar que só sou feliz porque ultrapasso as dificuldades da vida, do dia-a-dia...tenho as minhas provas e duvido que alguém tenha provas do contrário! E esta hein?

1 comentário:

  1. Vou contar-te uma pequenina história: era uma vez uma pedra que vivia no rio... Era mais um calhau (rude e cheio de arestas)... Veio uma chuvada que encheu o leito desse rio e moveu o calhau ao longo do seu percurso. Note-se que o calhau foi contrariado; não queria percorrer o rio. Estava tão bem onde estava! Não via necessidade de sair dali, onde sempre estivera... Mas teve que ir. Ao longo do percusro, essa pedra foi limando as suas arestas pela força da água e foi sendo levada rio abaixo. A pedra rude foi se transformando numa pedra brilhante e com poucas arestas e apesar de todos os "solavancos que teve que enfrentar e ultrapassar, aprendeu tanta, tanta coisa...
    Chegou a pensar que já tinha aprendido tudo, mas ainda lhe faltava uma grande experiência... Chegou ao MAR! e qual não foi o seu espanto ao constatar que ainda lhe faltava tanto por aprender e que o MAR ainda lhe ofereceria um monte de oportunidades novas!
    Minha querida Tânia... Não quero comparar-te ao calhau (isto é uma metáfora que utilizei, porque considero que somos sempre calhaus, ou seja, temos sempre que nos limar e aprender mais, muito mais). Tu és sedenta por coisas novas, logo beberás tudo o que o "MAR" te oferecer...
    Um abraço enorme pela tua presença sempre constante na minha vida
    CF

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