"Um dia de transtorno
A coordenadora da Unidade de saúde Familiar de Serpa Pinto, no Porto, não tem pejo em dizer que compreende a greve dos enfermeiros.
Ana Castanheira revelou que dos habituais sete enfermeiros, apenas três estavam ao serviço, um deles na área de domicilio. "Não tenho dúvidas de que não terá feito greve para não prejudicar estas pessoas que, dependentes de cuidados no domicílio, iriam ficar sem eles por vários dias".
No geral, contudo, o transtorno, foi muito grande. Notou-se, sobretudo, nas consultas de equipa, ou seja, naquelas consultas onde o paciente tem que passar primeiro no enfermeiro. "É um exemplo disso a saúde infantil. A criança antes de ver o médico precisa de ir ao enfermeiro pesar-se, medir-se, etc. O mesmo se passa nas consultas da gravidez, onde a grávida precisa de ir ter com o enfermeiro para fazer o exame da urina, por exemplo. E o mesmo no rastreio oncológico ou nos doentes com diabetes", explicou Ana Castanheira.
O transtorno verificou-se nas inúmeras cadeiras vazias na sala de espera. Quem tinha consulta de saúde infantil teve que adiar, quem precisou de ter uma ferida suturada foi a uma urgência.
O mesmo cenário viveu-se no centro de Saúde de Oliveira do Douro, em Vila Nova de Gaia. No agrupamento a que este centro pertence, "47 enfermeiros fizeram greve, dos 67 que estavam escalados para trabalharem", revelou Isabel Chaves e Castro, directora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde do Grande PortoVIII- Gaia. As cadeiras do Centro de Oliveira do Douro estavam, em grande número, vazias.
Feita uma visita ao Hospital de S. João, no Porto, conseguiu apurar-se que, só nas consultas externas, 28 dos 33 enfermeiros destacados fizeram greve. Nos blocos operatórios centrais não houve nenhuma sala em funcionamento e nas cirurgias de ambulatório apenas uma sala funcionou." JN, 28 de Janeiro de 2010
A coordenadora da Unidade de saúde Familiar de Serpa Pinto, no Porto, não tem pejo em dizer que compreende a greve dos enfermeiros.
Ana Castanheira revelou que dos habituais sete enfermeiros, apenas três estavam ao serviço, um deles na área de domicilio. "Não tenho dúvidas de que não terá feito greve para não prejudicar estas pessoas que, dependentes de cuidados no domicílio, iriam ficar sem eles por vários dias".
No geral, contudo, o transtorno, foi muito grande. Notou-se, sobretudo, nas consultas de equipa, ou seja, naquelas consultas onde o paciente tem que passar primeiro no enfermeiro. "É um exemplo disso a saúde infantil. A criança antes de ver o médico precisa de ir ao enfermeiro pesar-se, medir-se, etc. O mesmo se passa nas consultas da gravidez, onde a grávida precisa de ir ter com o enfermeiro para fazer o exame da urina, por exemplo. E o mesmo no rastreio oncológico ou nos doentes com diabetes", explicou Ana Castanheira.
O transtorno verificou-se nas inúmeras cadeiras vazias na sala de espera. Quem tinha consulta de saúde infantil teve que adiar, quem precisou de ter uma ferida suturada foi a uma urgência.
O mesmo cenário viveu-se no centro de Saúde de Oliveira do Douro, em Vila Nova de Gaia. No agrupamento a que este centro pertence, "47 enfermeiros fizeram greve, dos 67 que estavam escalados para trabalharem", revelou Isabel Chaves e Castro, directora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde do Grande PortoVIII- Gaia. As cadeiras do Centro de Oliveira do Douro estavam, em grande número, vazias.
Feita uma visita ao Hospital de S. João, no Porto, conseguiu apurar-se que, só nas consultas externas, 28 dos 33 enfermeiros destacados fizeram greve. Nos blocos operatórios centrais não houve nenhuma sala em funcionamento e nas cirurgias de ambulatório apenas uma sala funcionou." JN, 28 de Janeiro de 2010
Eu, como futura enfermeira, e todos os enfermeiros deste país já temiam artigos como este. É incrivel o poder de noticias como esta na sociedade e nas pessoas que a ela têm conhecimento. Quando nos deparamos com uma greve de enfermagem, e nao tendo a comunicação social "do nosso lado", a tendência é ir procurar os "transtornos" dos utentes. É verdade, nao digo que não existam e temos imensa pena, nós que nos LICENCIÁMOS, para tê-los a eles como objecto do nosso trabalho, e que, nestas circunstâncias nao fazemos o melhor pelo utente. É verdade realmente. Mas vejamos...nós estudamos 4 anos de forma a cuidar cada vez mais e melhor dos nosso utentes, para ve los restituir-se das suas enfermidades e dos seus males e porque é que nós, que fazemos o nosso melhor por eles, nao podemos ser tratados como os outros? Não lutamos para ser mais que eles, lutamos pela igualdade de direitos face a igualdade de exigências. Hoje um enfermeiro dizia, na tv, uma frase muitissimo correcta "nao queremos ser nem mais nem menos, queremos ser iguais!" É a realidade...
Meus queridos utentes, nao queriamos afectar vos de todo, e agora que estou dentro de uma equipa, percebo a preocupação dos enfermeiros em mobilizarem se para que a vossa integridade fisica e psicologica nao seja afectada mas eu sei que é inevitável. Não vos tomo com invisibilidade, nem vos deixo de parte mas a realidade é que ninguém sabe nem quer saber o que é ser enfermeiro e só vos, que sois cuidados por nos, sabeis aquilo que lutamos pela vossa saude. Por isso sei que, apesar de incomodados pela nossa ausencia nestes dias, entendeis a nossa luta e so tenho pena que esse entendimento nao seja unanime em toda a sociedade, inclusive quem nos trata de forma tao desrespeitada!
E a comunicação social, ou parte dela, preocupa-se com os sentimentos dos que ficam sem cuidados nestes dias e nos "dias de transtorno", mas nao se preocupam conosco que ficamos sem orgulho e sem respeito, e com "a vida transtornada".
Meus querido utentes, sois vós a razão de tudo isto, é por nós e pela nossa carreira que lutamos mas é em prol de vocês que o fazemos!