domingo, 22 de novembro de 2009

O SenTimentO deve ser muito parecido...



Não sou mãe, não! Serei, um dia, nesse que será o dia mais feliz da minha vida. Se tenho instinto maternal? Tenho...certamente que tenho! Não sou mãe, sou madrinha! Quando aceitei esse nobre convite, o desafio era evidentemente grande. A minha tia perguntou me se eu sabia o que era ser madrinha, eu disse que sim, que era ser uma peça fundamental na educação da criança. Mas ela acrescentou, "sabes que se os pais lhe faltarem, por qualquer motivo, és tu que tomas a vida dessa criança nas tuas mãos". Meu Deus, quanta responsabilidade. A maioria não sabe que é este o verdadeiro sentido da palavra, nem eu sabia e há muito me instruía com a possibilidade de o vir a ser! Finalmente a minha Beatriz nasceu, eu estava lá! No bloco de partos não , porque não era permitido, mas estava sentada nervosamente a porta do mesmo, a espera de ouvir um choro que me acelerasse o batimento do coração, mas não ouvia, o choro e o que vemos nos filmes e que marca o nascimento, e eu não ouvia. Logicamente, porque o parto não era logo atrás da porta. O meu padrinho, o pai, não parava, a minha Carolina, a mana, estava em êxtase ao meu colo. E eu, desde logo, estava a ser madrinha, a tentar aguentar todo o nervosismo daquela família. Abrem a porta e chamam por nós "NASCEU, daqui a pouco vem para o quarto". É como se eu tivesse a ter a dores de parto e de repente ouvisse o choro da minha filha...acho que se me espetasse um faca naquela altura eu não sentiria dor, e não sairia uma pinga de sangue. A minha pequenina tinha nascido, meu Deus, como aguardei por aquele momento! Os meses que se seguiram eram os meus meses de férias, e depois de inicio de aulas e eu corria sempre que podia para Pardilhó, para ver a minha boneca. Ela já me conhecia e tinha tão pouco tempo de vida. Agora tem 3 anos e mata me quando me diz "Madinha gosto muiiiiiiito di ti, ate ao xéu" e quando me vê e não me larga e só quer vir comigo. Dou comigo a adormecê-la e a olhar pa ela a dormir, e sorrio...sorrio quando ela se mexe, quando ela suspira, apetece me apertá-la, nao sei como mostrar a grandiosidade do sentimento que nutro por ela. Dou comigo a fazer de cavalo , com ela nas minhas costas. Dou comigo a brincar às bonecas e aos pais e aos filhos só porque ela diz "madinha, eu xou a tua mama ta bem fia?. Dou comigo a amá-la mais do que a minha própria vida. Dou comigo a ser mãe...Não sou mãe, nao! Mas este é o sentimento mais próximo que conheço, até agora, da maternidade, desta que será sempre minha filha, pela qual, garanto que daria a vida, não por a vida dela, mas pela sua simples felicidade. Amo-a acima de tudo neste mundo, porque ela conduz a minha vida e eu conduzo a dela! Minha Bia...como te ama a madrinha, até ao ceu!

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